Ela chora pra fora
eu choro dentro do dentro

Ela ri,
eu me riu.

Qual o estado de escritor?

O estado de poeta?

O estado?

Existe um?

Existe ambos?

EXiste?

Exemplifique.

Nossas saudades não são compatíveis.
os olhares, os gestos, os toques
esses nunca foram iguais para os dois.

o tempo não é o mesmo para nós.
a vida
é metade para mim
é continua para você
é desconexa, disforme, difusa.

(em construção)

Um dia você é matéria,

noutro, um número, uma estatística,

um dado a ser ocultado e apagado.

O que nos difere da matéria morta?

A vida? A ausência de morte?

Esperar da vida os bocados precisos.
Não se orientar,

Estar ali, inerte, esperando que a graça flutue do céu,
Como uma pena feita sob medida à você.

Não, a vida real não é feita disso.
Na vida é preciso a todo instante procurar
É preciso traçar no tempo seu próprio caminho.
Forjar com ferro e fogo o destino,
Que por sua vez nunca vem simples.

O que espero pro futuro?
Espero poder trazer um canto novo a cada dia,
Não estar pesado nunca.
Crescer, procurar, orientar e conhecer.
Nunca me acomodar, nunca me conformar.

Por enquanto é isso.
Talvez um dia eu volte,
talvez eu nunca parta.
O que posso dizer agora é um "até breve".

Felicidade

Ah! A felicidade!

Demora muito para chegar, mas quando vem...

...vem e fica!

Chega sem motivo, sem presságio.

Me surge como uma estrela cadente no céu.

E ao mesmo tempo some e se vai.

A felicidade me visita depois vai embora.

Me deixa só...

E então, aproveito enquanto ela está aqui comigo.

Antes que ela parta e vá viver com outro alguém.

Vida longa a minha bossa!

Escrever

A necessidade de escrever me vem a todo o instante.
O desejo de me expressar é constante.
Os versos e as rimas aparecem, brotam, emergem, vivem...

O instante da palavra é único, a inspiração, o desejo, a paixão!
A paixão, sim, a paixão é essencial.
Dela surgiram os mais explendorosos versos.

Às vezes nem eu me entendo,
quero escrever o que sinto, ou o que penso.
Mas o que penso, por muitas vezes, está mais turbulento e nebuloso que um furação!

Como dizia a sabia escritora:
"Não me entendo, mas ajo como se entendesse."
Enquanto vivo nessa eterna busca de 'o quês' escrevo,
pois a escrita é um dos desejos mais eminentes e vivos de um ser.